quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Poemas da Minha Vida V


Embriaga-te de Charles Baudelaire

Deves andar sempre bêbado. É a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do tempo que te pesa
sobre os ombros e te verga ao encontro da terra,
deves embriagar-te sem cessar.
Com vinho, com poesia ou com a virtude. Escolhe tu,
mas embriaga-te.
E se alguma vez, nos degraus de um palácio,
sobre as ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto,
tu acordares com a embriaguez atenuada, pergunta ao vento,
à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que canta,
a tudo o que fala; pergunta-lhes que horas são: «São horas
de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados
do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem descanso. Com vinho,
com Poesia, ou com a virtude.

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