terça-feira, 16 de julho de 2013

O nível de risco é uma necessidade...


“Não vás”, “olha que cais”, “vais te sujar”, “eu dou-te a mão”. Os adultos provavelmente, não têm consciência mas estas “são palavras terroristas” para as crianças. Quem o diz é Carlos Neto, docente na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, que cativou a audiência do seminário “Espaços para a infância”, numa intervenção no Hospital pediátrico em que chegou a subir para cima da mesa do auditório e saltar para o chão, num comportamento que deveria ser o normal em qualquer criança, mas que é cada vez mais raro, porque a muitas delas, hoje em dia, já nem lhes é dada oportunidade de correr o risco.

A super protecção adulta é hoje uma praga e o nível de risco é uma necessidade” (…) “A criança saudável é a que tem o joelho esfolado”, no entanto, nos dias que correm a maioria tem “o joelho limpo”, porque simplesmente, pouco se brinca ao ar livre. “Nós nascemos para correr e utilizar este corpo de forma dinâmica. O espaço exterior é fundamental para que a criança conquiste autonomia”(…)

"As crianças brincam cada vez menos em espaços verdes e ao ar livre, passando cada vez mais tempo em actividades estruturadas com horários, tais como o ballet, música e inglês. É necessário inverter esta tendência actual, porque o que o espaço exterior oferece é muito mais benéfico", sustentou Gabriela Bento, psicóloga da Associação Nacional de Intervenção Precoce (ANIP), associação promotora do seminário “Espaços para a infância”. 


Excerto da notícia “Crianças de hoje estão a crescer “totós” e “copinhos de leite”, 
in Diário de Coimbra nº 28158 (13.07.2013)

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